domingo, 6 de maio de 2012

LITURGIA DIÁRIA COMENTADA 01/05/2012

Evangelho segundo João 10,22-30
Eu e o Pai somos um
Celebrava-se, em Jerusalém, a festa da Dedicação do Templo. Era inverno. Jesus passeava pelo Templo, no pórtico de Salomão. Os judeus rodeavam-no e disseram: “Até quando nos deixarás em dúvida? Se tu és o Messias, dize-nos abertamente”.

Jesus respondeu: “Já vo-lo disse, mas vós não acreditais. As obras que eu faço em nome do meu Pai dão testemunho de mim; vós, porém, não acreditais, porque não sois das minhas ovelhas. As minhas ovelhas escutam a minha voz, eu as conheço e elas me seguem. Eu dou-lhes a vida eterna e elas jamais se perderão. E ninguém vai arrancá-las de minha mão. Meu Pai, que me deu estas ovelhas, é maior que todos, e ninguém pode arrebatá-las da mão do Pai. Eu e o Pai somos um”. - Palavra da Salvação.

Jesus manifesta neste Evangelho o divisor de águas entre seus discípulos e os adversários que o interpelam: “Vós não acreditais... Minhas ovelhas ouvem a minha voz...” Naturalmente, “ouvir” é bem mais que escutar: inclui “obedecer”. A sabedoria espiritual se resume em obedecer estritamente à vontade do Pai que o Filho nos revela. Ter um “coração ouvinte”, como o jovem Salomão pediu a Deus (cf. 1Rs 3, 9), é a prova da fidelidade, a marca do fiel.

Não é por acaso que o São Paulo apóstolo se refere mais de uma vez à “obediência da fé” (Rm 1, 5; 16, 26): quem crê, obedece. Isto é, a fé em Jesus Cristo é exteriorizada concretamente em atos de fé. Uma espécie de fé algo abstrata, que se confunda com sentimentos e aéreas intenções jamais praticadas, seria uma fé ilusória. Fé e compromisso com Jesus são inseparáveis.

Só para exemplificar: falando em nome de Cristo, o Magistério da Igreja repete o ensinamento do Mestre e não aceita que o matrimônio cristão possa ser dissolvido. Ao “ouvir” este ensinamento, o “fiel” se decide a agir, na prática, de acordo com a lição recebida. Assim, está provada praticamente a sua fé. Se, ao contrário, o (in)fiel argumenta, contradiz, busca justificativas e, afinal, age de maneira diferente, a desobediência manifesta claramente sua falta de fé.

No final do 4º Evangelho, depois de ter sabatinado a Simão Pedro, perguntando-lhe por três vezes se o amava, Jesus ressuscitado resume a missão do primeiro Papa em um breve e seco imperativo: “Segue-me!” (Jo 21, 19b.) Nunca é demais recordar que o último passo desse “seguimento” seria uma cruz, em Roma: cravado na cruz, Pedro demonstraria concretamente seu amor e sua fé.

Seja qual for o nosso estado (leigo, religioso, ministro ordenado...), ele sempre acarreta deveres: os deveres de estado. É impossível seguir Jesus fora do cumprimento de nosso dever de estado. A mãe amamenta seu bebê, o pai trabalha para sustentar a família, o estudante estuda, a contemplativa adora, o paciente sofre. Se o amor transfigurar tudo isto, então seguimos a Jesus.

Tenho cumprido o meu dever de estado?

segunda-feira, 30 de abril de 2012

POSTAGENS

OS IRMÃOS QUE DESEJAM POSTAR SEUS TEXTOS NO BLOG POR FAVOR ENVIAR SEU TEXTO PARA O EMAIL

didisodoico@hotmail.com

OBRIGADO.

PARÁBOLA DOS DOIS DEVEDORES


Parábola dos dois devedores (Lc 7,40-47)
O perdão gera o amor

Jesus disse então ao fariseu: Simão, tenho uma coisa para dizer a você. Simão respondeu: Fala mestre. “Certo credor tinha dois devedores. Um lhe devia quinhentas moedas de prata, e o outro lhe devia cinqüenta. Como não tivessem com que pagar, o homem perdoou aos dois. Qual deles o amará mais?” Simão respondeu: Acho que é aquele a quem ele perdoou mais.

Jesus lhe disse: Você julgou certo. Então Jesus voltou-se para a mulher e disse a Simão: Está vendo esta mulher? Quando entrei em sua casa, você não me ofereceu água para lavar os pés; ela, porém, banhou meus pés com lágrimas, e os enxugou com os cabelos. Você não me deu o beijo de sudação; ela, porém, desde que entrei, não parou de beijar meus pés. Você não derramou óleo na minha cabeça; ela, porém, ungiu meus pés com perfume. Por essa razão, eu declaro a você; Os muitos pecados que ela cometeu estão perdoados, porque ela demonstrou muito amor. Aquele a quem foi perdoado pouco, demonstra pouco amor.

Vamos refletir:

Nós sabemos que essa Parábola foi contada devido ao fato de Simão julgar que Jesus desconhecia que a mulher em questão era considerada pecadora. Pobre Simão, Julgando-se superior estava a perder a graça que se encontrava na sua presença. Crendo não ter pedados, pecou mais ainda ao menosprezar a humilde mulher.

Jesus nos fala do seu amor arrebatador, do seu inesgotável perdão, da sua vontade infinita de abrir para nós as portas da vida eterna. Algumas vezes em nossa caminha, por fraqueza incorremos no mesmo erro, de crucificar, de julgar, de tomar em nossas mãos uma tarefa que só pertence ao Pai. 

Cabe a nós não só perdoar, mas principalmente nos deixar perdoar, descer do pedestal que só será nosso por direito quando nos tornarmos um com Deus, amar e ser amado no momento essa é a nossa missão.

PARÁBOLA DO BOM SAMARITANO

Mais uma vez Jesus é posto a prova, agora por um especialista em leis que pergunta o que deve fazer para obter a vida eterna. “Amar a Deus e ao próximo” é o que diz a lei. O especialista não satisfeito pergunta; “E quem é o meu próximo?”

Mas ele, querendo mostrar a sua justiça, disse a Jesus: “E que é o meu próximo?”

Jesus continuou: Um homem descia de Jerusalém a Jerico, caiu nas mãos de bandidos que, tendo-o despojado e coberto de pancadas, foram-se embora e o abandonaram quase morto. Aconteceu que um sacerdote descia por esse caminho; ele viu o homem e passou a boa distância. Do mesmo modo um levita chegou a esse lugar; viu o homem e passou a boa distância. Mas um samaritano que estava de viagem chegou perto do homem; ele o viu e tomou-se de compaixão. Aproximou-se, atou-lhe as feridas, derramando nelas azeite e vinho, montou-o sobre a sua própria montaria, conduziu-o a uma hospedaria e cuidou dele. No dia seguinte, tirando duas moedas de prata, deu-as ao hospedeiro e lhe disse: Toma conta dele, e se gastares alguma coisa a mais, sou eu que te pagarei na minha volta.

Qual dos três, a teu ver, mostrou-se próximo do homem que caíra nas mãos dos bandidos?
O legista respondeu: “Foi aquele que deu prova de bondade para com ele”.
Jesus lhe disse: “Vai e tu também faze o mesmo”.

Que tal entender um pouco da história?

1.    Podemos começar vendo a malicia do legista ao fazer essa pergunta, pois sendo ele um entendido em leis já tinha consciência que o amor incondicional a Deus e ao próximo e a chave para a vida eterna.
2.    Não havia a necessidade de perguntar quem seria seu próximo, já que para os judeus da época seria todo o seu povo, deixando de lado todos os estrangeiros.
3.    A estrada descrita por Lucas cortava do deserto de Judá, donde se pode deduzir que o personagem abatido por bandidos seria um judeu.
4.    Já sabemos que judeus e samaritanos, são como água e óleo, não se misturam. Dessa forma podemos concluir que o “levita” e o “sacerdote” estão no enredo para valorizar ainda mais a atitude do samaritano.

Vamos refletir:

Na história de nossa vida será que procuramos agir como o samaritano que deixou de lado todas as diferenças, sejam elas raciais ou sociais, para aderir o projeto de Deus, que é amar, respeitar e promover a vida.

Será que agimos igual ao sacerdote ou ao levita que mesmo tendo como dever, cuidar do bem-estar comum, valorizando as leis do Criador, tentando implantar a paz e acima de tudo seguir o exemplo de Jesus: “’Servir’ e não ser servido” preferiu dar as costas como se isso não fosse responsabilidade dele.

Será que algumas vezes, até por medo de nos comprometermos com a Igreja e com a coletividade, com a comunidade carente que vive ao nosso redor, agimos como os doutores da lei, sempre nos julgando superior e mais merecedor, que os nossos irmãos.

Com a parábola do Bom Samaritano, Jesus deixa bem claro que não devemos desprezar ou menosprezar ninguém, por mais humilde que seja, pois na realidade ele com certeza é o nosso próximo. Devemos agora não mais perguntar quem é o nosso próximo, mas o que fazer para ser o próximo de alguém


LITURGIA DIÁRIA 30/04/2012


Evangelho segundo João 10,1-10
Eu sou a porta das ovelhas
Naquele tempo, disse Jesus: “Em verdade, em verdade vos digo, quem não entra no redil das ovelhas pela porta, mas sobe por outro lugar, é ladrão e assaltante. Quem entra pela porta é o pastor das ovelhas. A esse o porteiro abre, e as ovelhas escutam a sua voz; ele chama as ovelhas pelo nome e as conduz para fora. E, depois de fazer sair todas as que são suas, caminha à sua frente, e as ovelhas o seguem, porque conhecem a sua voz. 5Mas não seguem um estranho, antes fogem dele, porque não conhecem a voz dos estranhos”.

Jesus contou-lhes esta parábola, mas eles não entenderam o que ele queria dizer. Então Jesus continuou: “Em verdade, em verdade vos digo, eu sou a porta das ovelhas. Todos aqueles que vieram antes de mim são ladrões e assaltantes, mas as ovelhas não os escutaram. Eu sou a porta. Quem entrar por mim, será salvo; entrará e sairá e encontrará pastagem. O ladrão só vem para roubar, matar e destruir. Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância”.

Jesus, Bom Pastor, marcha à frente de seu rebanho. Agindo assim, ele mostra o caminho, anima e “puxa a fila”. Antecipa as surpresas do caminho, antevê os riscos e ameaças. Mas também se expõe, pois é o primeiro a ser visto pela alcatéia dos lobos famintos.

Pastor sofre! Basta ler a história de Moisés, chamado por Yahweh para liderar o povo hebreu na libertação do Egito... Sempre que as coisas iam mal, era sobre o indefeso Moisés que o povo “de dura cerviz” descarregava seu mau humor. Até mesmo dentro de sua família o líder viria a encontrar oposições e falatório.

Houve um momento crítico (cf. Ex 32), quando o próprio Senhor parecia disposto a abrir mão daquele povo, dizendo a Moisés: “Desce, pois o teu povo se perverteu, este povo que tu fizeste subir da terra do Egito”. Como se a iniciativa tivesse sido do pobre Moisés...

Mas o generoso Moisés se mostra solidário com o povo pecador, retrucando: “Por que, Senhor, tua cólera quer se inflamar contra o teu povo, que tu fizeste sair da terra do Egito?” Vale dizer: “O povo é teu! Cuida dele!” E rejeitou um tratamento especial da parte do Senhor, que excluísse a massa do povo.

Como fazem falta pastores dessa estatura! Dirigentes dispostos a sofrer com o povo. Líderes religiosos que partilhem as dores do rebanho. Pais e educadores que façam dos filhos e educandos a sua prioridade, sem pensar nos próprios comodismos e preferências... Em geral, os “líderes” estão dispostos a serem companheiros de estrada, ao lado de seu pequeno povo. Só que o rebanho quer pastores à sua frente. Não simples coleguinhas, mas pais e mães...

Por outro lado, os rebanhos não mudaram nada: os pais sofrem com a rebeldia dos filhos, os bispos sofrem com a desobediência dos padres, o Papa sofre com a teimosia dos bispos...

Nada, no entanto, que Jesus Cristo não tenha sofrido com a multidão, com os fariseus, com os sacerdotes do Templo, com Judas e com Pedro.

Favor excetuar Maria, obediente, amorosa e fiel... Talvez por isso mesmo, ela segue caminhando à frente da Igreja, há mais de 2000 anos de história! Se nos faltarem outros exemplos, temos nela o modelo que nos basta.

LITURGIA DIÁRIA 29/04/2012


Evangelho segundo João 10,11-18
O bom pastor dá a vida por suas ovelhas
Naquele tempo, disse Jesus: “Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá a vida por suas ovelhas. O mercenário, que não é pastor e não é dono das ovelhas, vê o lobo chegar, abandona as ovelhas e foge, e o lobo as ataca e dispersa. Pois ele é apenas um mercenário que não se importa com as ovelhas.

Eu sou o bom pastor. Conheço as minhas ovelhas, e elas me conhecem, assim como o Pai me conhece e eu conheço o Pai. Eu dou minha vida pelas ovelhas. Tenho ainda outras ovelhas que não são deste redil: também a elas devo conduzir; elas escutarão a minha voz, e haverá um só rebanho e um só pastor.

É por isso que meu Pai me ama, porque dou a minha vida, para depois recebê-la novamente. Ninguém tira a minha vida, eu a dou por mim mesmo; tenho poder de entregá-la e tenho poder de recebê-la novamente; essa é a ordem que recebi de meu Pai”. 

Nosso “espírito de corpo” é muito forte. Experimentamos uma inclinação natural a nos fechar em pequenos grupos, igrejolas freqüentadas exclusivamente por gente que se parece conosco: mesma pele, mesmo idioma, mesmo credo, mesmo jeito de rezar. Que pena!

Jesus – o Bom Pastor – diz com todas as letras que ele tem outras ovelhas em outros apriscos. E seu anseio profundo, manifestado claramente em sua oração antes do Getsêmani, é que “todos sejam um”. Aliás, seu exemplo não deixa nenhuma dúvida a esse respeito. Jesus curou judeus e samaritanos, atendeu aos patrícios e aos goyim: não-judeus como o centurião romano e a siro-fenícia com sua filha endemoninhada.

No início da Igreja, na hora de iniciar a missão evangelizadora, ainda havia gente “da casa” pensando que a Boa Nova seria anunciada exclusivamente ao Povo Escolhido. Aí, a visão da toalha (At 10) ensina Pedro, o primeiro Papa, a “não chamar de impuro o que Deus tinha purificado”. E logo o Império Romano helenizado ouvia a pregação de Paulo, desde Atenas até a Espanha.

Após o Concílio Vaticano II, não podemos mais hesitar a respeito deste ponto: o anseio ecumênico corresponde a um íntimo desejo do Senhor Jesus. Não podemos ignorá-lo nem combatê-lo. Seria mais uma traição. Claro que isto é difícil. Se fosse fácil, já o teríamos feito...

Não faz muito tempo (maio de 1995), o saudoso João Paulo II publicou uma Encíclica sobre o empenho ecumênico: “Ut Unum Sint”. Ali, o Papa lembrava os mártires não-católicos que deram sua vida pela fé em Jesus Cristo: “Estes nossos irmãos e irmãs, irmanados na generosa oferta de suas vidas pelo Reino de Deus, são a prova mais significativa de que todo elemento de divisão pode ser vencido e superado com o dom total de si mesmo à causa do Evangelho”. (Nº 1.)

E mais: “Os crentes em Cristo não podem permanecer divididos. Se querem verdadeiramente fazer frente à tendência do mundo a tornar vão o Mistério da Redenção, os cristãos devem professar juntos a mesma verdade sobre a Cruz.”

O mínimo que podemos fazer é, desde já, intensificar nossas orações pela unidade dos cristãos.

LITURGIA DIÁRIA 28/04/2012


Evangelho segundo João 6,60-69
A quem iremos, Senhor? Tu tens palavras de vida eterna.
Naquele tempo, muitos dos discípulos de Jesus, que o escutaram, disseram: “Esta palavra é dura. Quem consegue escutá-la?” Sabendo que seus discípulos estavam murmurando por causa disso mesmo, Jesus perguntou: “Isto vos escandaliza? E quando virdes o Filho do Homem subindo para onde estava antes? O Espírito é que dá vida, a carne não adianta nada. As palavras que vos falei são espírito e vida. Mas entre vós há alguns que não crêem”.

Jesus sabia, desde o início, quem eram os que não tinham fé e quem havia de entregá-lo. E acrescentou: “É por isso que vos disse: ninguém pode vir a mim a não ser que lhe seja concedido pelo Pai”. A partir daquele momento, muitos discípulos voltaram atrás e não andavam mais com ele.

Então, Jesus disse aos doze: “Vós também vos quereis ir embora?” Simão Pedro respondeu: “A quem iremos, Senhor? Tu tens palavras de vida eterna. Nós cremos firmemente e reconhecemos que tu és o Santo de Deus”.

Muitas pessoas querem conhecer Jesus e ouvir tudo o que ele tem para dizer, mas não querem escutar tudo, mas sim apenas alguns pontos que lhes interessam para a satisfação dos seus desejos e necessidades. Quando essas pessoas ouvem tudo o que Jesus tem para dizer, se escandalizam, afastam-se dele e não querem mais segui-lo.

De fato, é muito fácil dizer que Jesus tem palavras muito bonitas, mas nem sempre é fácil aceitar as exigências do Evangelho. Porém, não podemos nos esquecer que somente Jesus tem palavras de vida eterna, e que só consegue ouvir de fato as palavras de vida eterna quem crê firmemente que ele é o Santo de Deus e busca imitá-lo verdadeiramente na busca da santidade

PODER DE ORAÇÃO

A oração deve sempre estar vinculada com a prática da vontade do Pai. A nossa oração será ouvida e Deus nos concederá o bem que desejamos somente quando formos capazes de realizar o bem para com os nossos irmãos e irmãs. Sendo assim, Deus somente realizará por nós aquilo que nós queremos que ele nos faça quando formos capazes de realizarmos pelos nossos irmãos e irmãs aquilo que eles esperam de nós, pois estaremos com isso cumprindo a vontade de Deus e ele, como recompensa, cumprirá a nossa vontade.

LITURGIA DIÁRIA 27/04/2012


Evangelho segundo João 6,52-59
A minha carne é verdadeira comida e o meu sangue, verdadeira bebida.
Naquele tempo, os judeus discutiam entre si, dizendo: “Como é que ele pode dar a sua carne a comer?”

Então Jesus disse: “Em verdade, em verdade vos digo, se não comerdes a carne do Filho do Homem e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia. Porque a minha carne é verdadeira comida e o meu sangue, verdadeira bebida. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele.

Como o Pai, que vive, me enviou, e eu vivo por causa do Pai, assim o que me come viverá por causa de mim. Este é o pão que desceu do céu. Não é como aquele que os vossos pais comeram. Eles morreram. Aquele que come este pão viverá para sempre”. Assim falou Jesus, ensinando na sinagoga em Cafarnaum. 

O texto latino da Vulgata diz “vivet propter me”, isto é: “viverá por causa de mim”. Jesus aponta seu corpo e sangue dados como alimento como causa da vida do fiel que participa da comunhão eucarística.

Naturalmente, Jesus fala de “viver”, não apenas “sobreviver”. Fala não apenas da vida material, biológica, mas da vida interior, espiritual e moral. Ele está pensando em uma vida plena, uma vida com sentido de eterno.

Pelo Decreto Mysterium Fidei, a Igreja ensina: “O desejo de Jesus e da Igreja de que todos os fiéis se aproximem diariamente do sagrado banquete consiste sobretudo nisto: que os fiéis, unidos a Deus em virtude do sacramento, tirem dele força para dominar a sensualidade, para se purificarem das culpas leves quotidianas e para evitar os pecados graves, a que está sujeita a humana fragilidade”.

Na Constituição Lumen Gentium, o Concílio observa: “Participando realmente do Corpo do Senhor na fração do pão eucarístico, somos elevados a uma comunhão com Ele e entre nós. ‘Porque o pão é um, somos muitos um só corpo, pois todos participamos de um único pão’ (1Cor 10, 17).” (LG, 7.)

Assim como seria absurdo pretender manter a vida corporal sem se alimentar, também é impossível permanecer vivo “por Cristo, com Cristo, em Cristo”, sem a Eucaristia como alimento do espírito. Sem esse alimento, a vontade se aniquila, os sentidos se exaltam, a concupiscência arrasta para o pecado, tornando-nos uma presa fácil para o inimigo de nossa alma. Ao contrário, a comunhão freqüente fortalece a vontade, harmoniza nossa sensibilidade e nos torna firmes diante das tentações, unindo-nos sempre mais ao próprio Cristo.

Um autor clássico da espiritualidade ensina: “Há entre Jesus e nós uma união semelhante à que existe entre o alimento e o que o assimila; com esta diferença, contudo, que é Jesus que nos transforma em Si mesmo, não somos nós que o transformamos em nossa substância: e na verdade, o ser superior é que assimila o inferior. É uma união que tende a tornar a nossa carne mais sujeita ao espírito e mais casta, e depõe nela um germe de imortalidade: ‘E eu o ressuscitarei’”. (Ad. Tanquerey, 278.)

Que posso fazer para melhor participar da comunhão eucarística?

LITURGIA DIÁRIA 26/04/2012


Evangelho segundo João 6,44-51
Eu sou o pão da vida
Naquele tempo, disse Jesus à multidão: “Ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou não o atrai. E eu o ressuscitarei no último dia. Está escrito nos Profetas: ‘Todos serão discípulos de Deus’. Ora, todo aquele que escutou o Pai e por ele foi instruído, vem a mim. Não que alguém já tenha visto o Pai. Só aquele que vem de junto de Deus viu o Pai.

Em verdade, em verdade vos digo, quem crê possui a vida eterna. Eu sou o pão da vida. Os vossos pais comeram o maná no deserto e, no entanto, morreram. Eis aqui o pão que desce do céu: quem dele comer, nunca morrerá. Eu sou o pão vivo descido do céu. Quem comer deste pão viverá eternamente. E o pão que eu darei é a minha carne dada para a vida do mundo”. 

A chegada da velhice e a aproximação da morte costumam despertar para a eternidade mesmo aqueles que viveram “distraídos” das realidades espirituais. Um poeta modernista brasileiro escreveu: “Como ficou chato ser moderno! / Eu queria ser eterno!”

Também o povo, em sua “sabença”, costuma afirmar que “caixão não tem bolso”; com isto, expõe a inutilidade de acumular bens materiais que não poderemos levar deste mundo, mas por aqui mesmo ficarão. Oprimido pela sensação de que tudo passa rápido, como grãos da areia que escorre na ampulheta, o homem tenta eternizar-se através de suas obras, monumentos, realizações, saber acumulado. Tudo vaidade, diz a Escritura. (Cf. Ecl 1, 2.)

No Evangelho de hoje, Jesus continua seu “discurso eucarístico”. Confirma ser o “pão que desceu do Céu”, o enviado do Pai, que atrai para Jesus aqueles que dele se aproximam. É uma forma de dizer que o próprio Pai previu que o Filho seria alimento de salvação, enviando-o para ser “carne pela vida do mundo”.

Novamente – notar a insistência de Jesus, mesmo diante da oposição escandalizada dos judeus! – ele dá uma garantia formal: “Se alguém comer este pão, viverá eternamente”. S. Tomás de Aquino comenta a passagem: “O Verbo dá a vida às almas, mas o Verbo feito carne vivifica os corpos. Neste Sacramento (a Eucaristia) não se contém só o Verbo com a sua divindade, mas também com a sua humanidade; portanto, não é só causa da glorificação das almas, mas também dos corpos”. (Com. sobre S. João.)

A força da Eucaristia como alimento transparece também na vida de fiéis que passaram longos períodos alimentados exclusivamente da comunhão eucarística. É o caso da francesa Marthe Robin (fundadora dos Foyers de Charité), ora em processo de beatificação, que viveu nada menos de 50 anos sem deglutição, impossibilitada de ingerir qualquer alimento sólido ou líquido, sustentada apenas pela comunhão semanal das quartas-feiras.

Marthe testemunha: “Tão logo ela (a hóstia) é depositada em meus lábios sedentos, o Céu inteiro desce imediatamente em mim, exalando logo uma felicidade que ultrapassa minha capacidade de fruí-la”.

Que espaço eu reservo para a comunhão eucarística em minha vida?

FESTA DE ANIVERSÁRIO DE SETE ANOS DO TERÇO DOS HOMENS DE ICÓ

FOI COM MUITA ALEGRIA E ENTUSIASMO QUE COMEMORAMOS 7 ANOS DE EVANGELIZAÇÃO. QUE ESTA DATA SEJA ACOMPANHADA DE MUITAS BENÇÃOS E GRAÇAS E ACIMA DE TUDO COMPROMISSO DE EVANGELIZAR. PARABÉNS IRMÃOS DE FÉ...
























LITURGIA DIÁRIA 25/04/2012


Evangelho segundo Marcos 16,15-20
Foi levado ao céu e sentou-se à direita de Deus
Naquele tempo, Jesus se manifestou aos onze discípulos, e disse-lhes: “Ide pelo mundo inteiro e anunciai o Evangelho a toda criatura! Quem crer e for batizado será salvo. Quem não crer será condenado.

Os sinais que acompanharão aqueles que crerem serão estes: expulsarão demônios em meu nome, falarão novas línguas; se pegarem em serpentes ou beberem algum veneno mortal não lhes fará mal algum; quando impuserem as mãos sobre os doentes, eles ficarão curados”.

Depois de falar com os discípulos, o Senhor Jesus foi levado ao céu, e sentou-se à direita de Deus. Os discípulos então saíram e pregaram por toda parte. O Senhor os ajudava e confirmava sua palavra por meio dos sinais que a acompanhavam".

Em 11 de outubro de 2011, o Papa Bento XVI publicou a Carta apostólica Porta Fidei [Porta da fé], e com ela proclamou um “ano da fé”, para o período de 11 de outubro de 2012 a 24 de novembro de 2013, Solenidade de Cristo Rei.

Como alvo central desse Ano, o Papa aponta para a redescoberta do caminho da fé e o encontro pessoal com Cristo. E não escondeu um alerta geral: “Sucede não poucas vezes que os cristãos sintam maior preocupação com as conseqüências sociais, culturais e políticas da fé do que com a própria fé, considerando esta como um pressuposto óbvio da sua vida diária”. (Porta Fidei, 2.)

Ora, a salvação não deriva de nosso compromisso social, de nossa ação cultural, de nossa atuação política: é a fé que nos salva. A fé no Salvador, o Cristo Senhor. Sem a fé, nenhum fruto de eternidade brotará desse esforço e dessa transpiração.

Nas palavras de Jesus, gravadas no Evangelho de hoje, a fé que nasce do encontro com Jesus e sua Palavra orienta o crente para o Batismo, um mergulho na fonte da vida que jorra para a eternidade. Bento XVI lembra a todos nós que a Fé conduz simultaneamente à comunhão com Deus e à entrada na Igreja, onde faremos contato com a Palavra anunciada e com a Graça que plasma o coração do homem.

É a fé que nos leva aos primeiros passos no caminho da conversão, “autêntica e renovada”, o Papa. Fé que significa uma aposta total da vida em Jesus Cristo. “Só acreditando é que a fé cresce e se revigora; não há outra possibilidade de adquirir certeza sobre a própria vida, senão abandonar-se progressivamente nas mãos de um amor que se experimenta cada vez maior porque tem a sua origem em Deus.” (PF, 7.)

Chegamos, infelizmente, a um ponto em que uma espécie de névoa envolve os conteúdos de nossa fé, embaralhando conceitos e práticas cada vez mais nebulosos. É assim que pessoas que se julgam cristãs fazem um mix de ressurreição e reencarnação, transformam promessas em negociatas com Deus, veem as esmolas como prestações do céu.

Por isso mesmo, o Papa recorda que “o conhecimento dos conteúdos da fé é essencial para se dar o próprio assentimento, isto é, para aderir plenamente com a inteligência e a vontade a quanto é proposto pela Igreja”. (PF, 10.)

Logo, o Ano da Fé é tempo de estudar o “Creio”, o Símbolo dos Apóstolos.

LITURGIA DIÁRIA COMENTADA 24/04/2012


Evangelho segundo João 6,30-35Não foi Moisés, mas meu Pai é que vos dá o verdadeiro pão do céuNaquele tempo, a multidão perguntou a Jesus: “Que sinal realizas, para que possamos ver e crer em ti? Que obras fazes? Nossos pais comeram o maná no deserto, como está na Escritura: ‘Pão do céu deu-lhes a comer’”.Jesus respondeu: “Em verdade, em verdade vos digo, não foi Moisés quem vos deu o pão que veio do céu. É meu Pai que vos dá o verdadeiro pão do céu. Pois o pão de Deus é aquele que desce do céu e dá vida ao mundo”.Então pediram: “Senhor, dá-nos sempre desse pão”. Jesus lhes disse: “Eu sou o pão da vida. Quem vem a mim não terá mais fome e quem crê em mim nunca mais terá sede”.

 Neste Evangelho, Jesus está diante de um grupo de ouvintes incrédulos. Na verdade, judeus muito “mal acostumados” por uma longa história de intervenções divinas em favor do Povo Escolhido: a travessia do Mar Vermelho, 40 anos de maná caindo do céu, muralhas de Jericó derrubadas a golpes de... trombetas!
É este povo mimado que pede sinais. Exige milagres. “Que milagre então fazes Tu, para nós vermos e acreditarmos em Ti?” E chegam ao extremo de dar um exemplo, a título de comparação: “Nossos pais comeram o maná, conforme está escrito: Deu-lhes a comer um pão que veio do Céu”.
Jesus, porém, se recusa a fazer o jogo deles. E se apresenta como o verdadeiro Pão, o alimento substancial, este, sim, enviado pelo Pai. E vai fechar seu discurso com uma promessa que deveria fazer nosso coração pulsar mais forte: “Quem vem a mim nunca terá fome. Quem crê em mim jamais terá sede!” (Jo 6, 35.)
Em nossos dias, o rádio e a TV anunciam “milagres” todos os dias: desde improváveis curas físicas até a expulsão de demônios e o enriquecimento rápido. A maior ou menor cota de “milagres” é anunciada como o critério maior de valorização das seitas e Igrejas. Numerosos fiéis reduzem sua relação com Deus a uma permanente peregrinação em busca de milagres e sinais.
Mas Jesus Cristo sempre se negou a “negociar” desta maneira. Ao contrário, ele disse que só daria um sinal àquela geração: o “sinal do profeta Jonas”. Traduzindo: assim como Jonas ficara três dias no ventre do peixe e voltara à vida, assim Jesus anuncia que, após três dias no ventre da terra (o sepulcro), voltaria à luz do sol. A Ressurreição de Cristo é o verdadeiro sinal de sua divindade.
Na Itália, há poucos anos, uma jovem chamada Chiara Luce, ligada ao Movimentos dos Focolares, foi tomada por um câncer incurável. Antes de morrer aos 18 anos, sofrendo com os efeitos de uma terapia agressiva, ela foi sempre alegre, feliz e bondosa. E declarou que não pretendia “usar Deus” em seu proveito próprio. Rezava pelos outros, oferecia-se pelos sofrimentos do mundo. E Jesus saciava sua sede de amor. Ela não pedia sinais... Chiara preferiu ser um sinal!
Diante desse modelo de cristianismo, não custa nada nos perguntarmos seriamente: a minha “religião” manifesta minha sede de Deus? Ou tento usar Deus para “quebrar meus galhos”?


domingo, 22 de abril de 2012

MISSA DE ANIVERSÁRIO DO TERÇO DOS HOMENS

É COM MUITA ALEGRIA QUE A COORDENAÇÃO E TODOS OS IRMÃOS QUE PARTICIPAM DO TERÇO DOS HOMENS DA PARÓQUIA DE NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO VEM POR MEIO DESTE CONVIDAR A TODOS OS AMIGOS A SE FAZEREM PRESENTE A MISSA EM COMEMORAÇÃO AOS 7 ANOS DE EXISTÊNCIA DESTA FERRAMENTA DE EVANGELIZAÇÃO.  SINTA-SE BEM VINDO. AS 18:30 O SANTO TERÇO E AS 19H MISSA PRESIDIDA COM O FREI JULIO. FORTE ABRAÇO E QUE A PAZ DO SENHOR JESUS ESTEJA SEMPRE CONOSCO.

LITURGIA DESTA TERÇA FEIRA - “Jesus é exigente com seus seguidores”


Terça – feira, 24 de Abril de 2012.
Evangelho: Jo  6, 30-35

            O maior alimento para o corpo e para a alma é Jesus. Ele fortalece a totalidade do ser do homem dando vigor para o discernimento no dia-a-dia. Quem acredita e vive a plenitude de Jesus vive na harmonia, na paz e na solicitude para sempre. Entretanto, quem não acredita e não tem fé no filho de Deus padece severamente e vive na tribulação da ganância e do poder, não respeita o irmão e atropela as dádivas de Deus. Por isso, Jesus é exigente com seus seguidores e exige que revele a presença Dele na terra para que  legião de homens e mulheres volte-se para a graça do Pai como princípio de todas as coisas e observe atentamente seus ensinamentos.
            Diante da multidão Jesus exclamau: “Eu sou o pão da vida.  Quem vem a mim não terá mais fome e quem crê em mim, nunca mais terá sede”. São palavras fortes que exigem  de cada cristão o máximo possível  de atuação nos afazeres do cuidado com a vida. O cuidado com a vida requer amor, gratidão e solidariedade. Parecem palavras sem fundamento para sociedade que está preocupada com ostentações e privilégios, mas para um seguidor de Jesus exprimem vivacidades relevantes.
Amar não pode ser um gesto carinhoso passageiro, mas comprometimento  com o outro,  significa fazer o que Jesus fez para a multidão, veja, depois de um dia de viagem e de anunciar o Reino, Jesus e seus discípulos foram descansar, mas perceberam que uma multidão que os seguia estava faminta diante deles. O que Jesus fez: ficou tranquilo e esperou o novo dia para continuar a pregação? Não, colocou seus discípulos  a encontrar alimentos para todos, na festa da multiplicação dos pães. Jesus trabalhou incessantemente. Isto é AMOR.
Se realmente queremos ser amigo de Jesus e praticar a solidariedade para a construção de uma sociedade justa e igualitária, precisamos abastecer do pão e da palavra de Jesus e trabalhar sem nada em troca. Fazer com carinho transpirando fé naquilo que está fazendo para o bem comum, podemos afirmar que estamos abastecidos verdadeiramente para o trabalho na messe.
A missão do cristão consiste em anunciar o Reino e levar credibilidade para os céticos que Jesus, filho de Deus, lutou para a humanidade com fervor. Tudo que Jesus fez e assumiu não pode ser em vão. Tudo que Ele fez com gesto fraterno foi por causa nobre: libertar o homem do mal e dos predadores. Jesus ensinou seus discípulos os meandros do caminho reto e pediu para que levasse a severidade  da justiça coesa, assistida, para todos os cristãos. Ele fez primeiramente, deu seu exemplo, motivou os descrentes e abriu os olhos dos cegos. Cabe a cada um de nós sedimentar sua palavra que salva e dá vida abundante para cada filho e filha de Deus.
Entretanto, caso não temos força para lutar pela dignidade dos irmãos, caso fracassamos diante dos projetos de libertação do povo sofrido, caso desanimamos em não assumir a vontade de anunciar o Reino, NÃO estamos alimentados  da palavra de Jesus. Significa que negamos a vida feliz e abundante anunciada por Jesus e prevalecemos no projeto da morte. Ou seja, desconhecemos a verdade do Pai e compactuamos com a morte do encardido, destruidor de vida. Claro que somos ensinados pela mídia buscar a diversão e vangloriar à custa alheia, mas não podemos fraquejar e deixar nosso ser envolvido pelas ideias maléficas, devemos ter a coragem de lutar contra o mal com energia da fé contraída na pessoa de Jesus.
Portanto, se Jesus exige de cada cristão o desejo do anuncio da verdade na intenção da libertação das forças pecaminosas, devemos sim, abraçar seus ensinamentos e praticar a justiça com todo amor, carinho e fraternidade. Caro irmão e irmã: alimentamos da palavra de Jesus sempre. Amém.