segunda-feira, 30 de abril de 2012

LITURGIA DIÁRIA 29/04/2012


Evangelho segundo João 10,11-18
O bom pastor dá a vida por suas ovelhas
Naquele tempo, disse Jesus: “Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá a vida por suas ovelhas. O mercenário, que não é pastor e não é dono das ovelhas, vê o lobo chegar, abandona as ovelhas e foge, e o lobo as ataca e dispersa. Pois ele é apenas um mercenário que não se importa com as ovelhas.

Eu sou o bom pastor. Conheço as minhas ovelhas, e elas me conhecem, assim como o Pai me conhece e eu conheço o Pai. Eu dou minha vida pelas ovelhas. Tenho ainda outras ovelhas que não são deste redil: também a elas devo conduzir; elas escutarão a minha voz, e haverá um só rebanho e um só pastor.

É por isso que meu Pai me ama, porque dou a minha vida, para depois recebê-la novamente. Ninguém tira a minha vida, eu a dou por mim mesmo; tenho poder de entregá-la e tenho poder de recebê-la novamente; essa é a ordem que recebi de meu Pai”. 

Nosso “espírito de corpo” é muito forte. Experimentamos uma inclinação natural a nos fechar em pequenos grupos, igrejolas freqüentadas exclusivamente por gente que se parece conosco: mesma pele, mesmo idioma, mesmo credo, mesmo jeito de rezar. Que pena!

Jesus – o Bom Pastor – diz com todas as letras que ele tem outras ovelhas em outros apriscos. E seu anseio profundo, manifestado claramente em sua oração antes do Getsêmani, é que “todos sejam um”. Aliás, seu exemplo não deixa nenhuma dúvida a esse respeito. Jesus curou judeus e samaritanos, atendeu aos patrícios e aos goyim: não-judeus como o centurião romano e a siro-fenícia com sua filha endemoninhada.

No início da Igreja, na hora de iniciar a missão evangelizadora, ainda havia gente “da casa” pensando que a Boa Nova seria anunciada exclusivamente ao Povo Escolhido. Aí, a visão da toalha (At 10) ensina Pedro, o primeiro Papa, a “não chamar de impuro o que Deus tinha purificado”. E logo o Império Romano helenizado ouvia a pregação de Paulo, desde Atenas até a Espanha.

Após o Concílio Vaticano II, não podemos mais hesitar a respeito deste ponto: o anseio ecumênico corresponde a um íntimo desejo do Senhor Jesus. Não podemos ignorá-lo nem combatê-lo. Seria mais uma traição. Claro que isto é difícil. Se fosse fácil, já o teríamos feito...

Não faz muito tempo (maio de 1995), o saudoso João Paulo II publicou uma Encíclica sobre o empenho ecumênico: “Ut Unum Sint”. Ali, o Papa lembrava os mártires não-católicos que deram sua vida pela fé em Jesus Cristo: “Estes nossos irmãos e irmãs, irmanados na generosa oferta de suas vidas pelo Reino de Deus, são a prova mais significativa de que todo elemento de divisão pode ser vencido e superado com o dom total de si mesmo à causa do Evangelho”. (Nº 1.)

E mais: “Os crentes em Cristo não podem permanecer divididos. Se querem verdadeiramente fazer frente à tendência do mundo a tornar vão o Mistério da Redenção, os cristãos devem professar juntos a mesma verdade sobre a Cruz.”

O mínimo que podemos fazer é, desde já, intensificar nossas orações pela unidade dos cristãos.

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